Como a Atuação de Trump Inspira e Fortalece Iniciativas da Direita no Brasil
- Panorama da Semana
- 17 de fev.
- 5 min de leitura
Atualizado: 15 de mar.

"A Atuação de Trump Inspira!"
Políticos da oposição de direita no Brasil, que anteriormente contavam com o apoio internacional em sua luta política – especialmente no combate à perseguição judicial e ao crescimento da censura nas redes sociais – agora veem suas expectativas serem atendidas com a recente volta de Donald Trump à Casa Branca.
Ao contrário do que muitos aguardavam, esperando uma intervenção direta do governo dos Estados Unidos, a ajuda chegou de forma indireta. Trump, com suas ações, tem incentivado os movimentos conservadores brasileiros, além de servir de inspiração para novos projetos dessa vertente.
A simples mudança de clima político em Washington acabou favorecendo a oposição no Brasil. Um exemplo disso foi a revelação de que a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) teve papel ativo em ações que afetaram a direita nas eleições. Além disso, a resposta tardia da Organização dos Estados Americanos (OEA) às denúncias de abusos cometidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) também reflete a mudança no cenário internacional, que se alinha com a crescente influência de Trump e suas iniciativas.
"Retorno de Trump e Críticas ao 'Regime Lula' Agitam a Direita no Brasil"
Embora as primeiras semanas do segundo mandato de Trump não tenham sido voltadas especificamente para o Brasil no que diz respeito à liberdade de expressão, elas têm servido para fortalecer a oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passou a ser chamado de "regime Lula" pela direita americana, em virtude de seu perfil autoritário, apoiado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o cientista político Márcio Coimbra, diretor do Instituto Monitor da Democracia, os conservadores brasileiros têm obtido "ganhos colaterais" com o retorno de Trump ao poder. Ele, porém, acredita que esses "movimentos indiretos" podem ser ainda mais intensificados quando o líder norte-americano começar a direcionar sua atenção especificamente ao Brasil.
O impulso inicial para Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados vem da expectativa de que o retorno de Trump ao cargo se repita com o ex-presidente brasileiro, que atualmente é inelegível. O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) afirma: "Trump venceu nas eleições e conquistou o Legislativo e o Executivo. Em 2026, será nossa vez".
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"Revelações sobre a Influência da USAID nas Eleições Geram Pedido de CPI"
Entre as ações tomadas durante o primeiro mês do governo Trump, a que mais chama a atenção da direita brasileira é a investigação sobre a USAID, uma agência famosa por seu trabalho de ajuda humanitária em áreas carentes, mas que também financiou iniciativas vistas como prejudiciais à liberdade de expressão e a políticos conservadores.
Michael Benz, que fez parte do Departamento de Estado dos EUA durante o primeiro mandato de Trump, afirmou que a USAID financiou leis contra a desinformação em diversos países e que ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apoiadas pela agência, contribuíram para a eleição de Lula. Segundo Benz, "sem a USAID, Bolsonaro ainda seria presidente".
A proposta de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a possível interferência da USAID nas eleições de 2022 já conta com o apoio de mais de 100 deputados. Para que o pedido avance na Câmara, é necessário reunir 171 assinaturas.
"Musk Apoia Teoria de que USAID Financiou Derrota de Bolsonaro em 2022"
Em meio ao "Escândalo USAID", o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se encontrou em Washington com parlamentares do partido de Trump. Durante a reunião, o senador Mike Lee fez uma provocação no X, questionando: “Se o governo dos EUA tivesse financiado a derrota de Bolsonaro para Lula, isso te incomodaria?”.
Elon Musk, proprietário do X e uma figura chave da gestão Trump, respondeu: “Bem, o Estado paralelo dos EUA fez exatamente isso”. Ele ainda classificou a USAID como uma "organização criminosa". Trump, em entrevista à Fox TV, também criticou a agência, chamando-a de “controlada por um grupo de lunáticos”.
A deputada Bia Kicis (PL-DF) reforçou as críticas, afirmando que a USAID financiou a censura no Brasil, considerando isso um verdadeiro escândalo. Ela tem elogiado diversas iniciativas de Trump, como o decreto que impede a participação de homens biológicos em esportes femininos, e também é autora de um projeto de lei com o mesmo objetivo.
"Protestos contra o Ativismo Judicial de Moraes Ganham Força com Apoio de Trump"
A atuação de Trump tem dado um novo impulso aos movimentos contra o ativismo judicial no Brasil, especialmente em relação ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. O movimento #Foramoraes tem organizado manifestações exigindo anistia para os presos do 8 de janeiro, com uma grande mobilização marcada para 16 de março, em São Paulo.
Para os líderes do #Foramoraes, o retorno de Trump ao poder aumenta a pressão pela abertura de um processo de impeachment contra Moraes e atrai mais atenção internacional. Um exemplo disso foi a reunião do relator de liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca, com autoridades e vítimas de perseguição no Brasil.
"Fim da Autocensura nas Redes Sociais, Relatório da OEA e Crise Migratória"
O deputado Gustavo Gayer (PL-GO) acredita que a direita brasileira já começa a ser favorecida pelo novo cenário político nos Estados Unidos, com exemplos como a diminuição da autocensura nas plataformas digitais e a visita de um representante da OEA, que tem pressionado ministros do STF. "Novos ventos vindos de lá chegaram aqui", afirma Gayer.
Com o início de uma rigorosa política migratória nos EUA – que gerou fortes críticas por parte do governo Lula e de parlamentares de esquerda, principalmente pelo tratamento dispensado aos imigrantes ilegais deportados – os conservadores apoiam as deportações, mas pedem uma abordagem menos visível.
Embora a crise migratória no Brasil esteja restrita ao caso dos venezuelanos, o país ainda não adota as mesmas reações que a direita na Europa, EUA e, mais recentemente, na Argentina. O deputado Nicoletti (União-RR) é um dos defensores de uma postura mais rígida, sendo autor de um projeto que endurece a lei de imigração para garantir a segurança da população.
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