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Imitação de Galo: Como Prejudicou a Carreira de Zé Carlos na Copa de 1998

Atualizado: há 4 dias

Aos 56 anos, faleceu o lateral que teve uma das trajetórias mais inusitadas do futebol brasileiro. De forma ingênua, ele decidiu comemorar sua inesperada convocação para a Copa de 1998 imitando um galo diante da imprensa, o que acabou sendo um tiro no pé. A partir daquele momento, passou a não ser levado a sério

Imitação de Galo: Como Prejudicou a Carreira de Zé Carlos na Copa de 1998

Zé Carlos, como lateral, teve sua carreira marcada por um episódio curioso durante a Copa de 1998. Antes do jogo contra a Holanda, recebeu conselhos de Cafu e Roberto Carlos, que expressaram preocupação com sua escalação. A convocação inesperada se transformou em um dilema, pois Zé Carlos decidiu comemorar sua chamada imitando um galo, uma atitude que acabou manchando sua imagem.


O gesto, que ele costumava fazer entre os companheiros do São Paulo, se tornou um estigma que o acompanhou durante a competição. Durante o Mundial, percebeu o desprezo e a ironia com que era tratado, especialmente pela imprensa do Rio de Janeiro, que via seu futebol com preconceito. Sua postura simples e entrevistas superficiais, somadas à famosa imitação do galo, contribuíram para que ele fosse menosprezado.


Nos treinos em Ozoir-la-Ferriére, sua performance decepcionou jornalistas, e Zé Carlos se mostrava intimidado e incapaz de reproduzir o futebol de alto nível que apresentava no São Paulo. Sua primeira convocação em um momento tão crucial pesou em sua performance.


A decisão de levar Zé Carlos, em vez de Flávio Conceição, foi uma escolha controversa do técnico Zagallo, que estava frustrado com a postura do último. Zé Carlos, que começou 1997 desempregado, viu sua vida mudar em apenas um ano e meio, passando de bancário e metalúrgico a jogador do São Paulo.


Ele teve uma trajetória marcada por clubes pequenos antes de ser descoberto pela Matonense, onde teve uma última chance e se destacou, chamando a atenção do treinador do São Paulo, Dario Pereyra. Ao se juntar ao time, Zé Carlos rapidamente se destacou, ganhando a Bola de Prata como o melhor lateral direito do Campeonato Brasileiro e conquistando o Campeonato Paulista de 1998.


Convocado por Zagallo para a Copa da França, ele se tornou reserva de Cafu e estava há 52 dias sem jogar, tendo apenas treinado. Com Cafu suspenso, Zé Carlos fez sua estreia na semifinal, em um jogo tenso contra a Holanda, onde foi pressionado a desempenhar bem. Apesar das dificuldades e da pressão da imprensa, ele se destacou na defesa, ajudando o Brasil a evitar a derrota.


Após a Copa, Zé Carlos nunca mais foi convocado e voltou ao Brasil enfrentando desconfiança e descrédito. Sua confiança em campo diminuiu, levando a um rápido declínio em sua carreira. Ele passou por diversos clubes, mas nunca conseguiu recuperar sua forma, até se aposentar.


Para entender um pouco sua personalidade, ele compartilhou em uma entrevista: “Eu sou do interior de São Paulo, eu vivia na roça... sempre fui alegre, extrovertido, brincalhão”. Zé Carlos, que faleceu em 25 de outubro de 2025, deixou um legado peculiar, mostrando que, às vezes, a pureza pode não se encaixar no competitivo mundo do futebol.



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