O presidente francês, Macron, afirmou que os envios de armas utilizados no conflito devem ser suspensos.
Netanyahu classifica embargo de armas usadas em Gaza como uma “vergonha”
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu neste sábado (5) às declarações do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a imposição de um embargo às vendas de armas utilizadas no conflito em Gaza, destacando que essa medida faz parte de um esforço maior para buscar uma solução política. Netanyahu classificou a posição de Macron e de outros líderes ocidentais que pediram a interrupção dos envios de armamento como uma "vergonha".
Em um vídeo divulgado por seu gabinete, Netanyahu afirmou: "Israel triunfará com ou sem o apoio deles" e enfatizou que a solicitação de um embargo é inaceitável.
Mais cedo, Macron declarou à rádio France Inter que as remessas de armamentos utilizados no conflito em Gaza devem ser suspensas. Ele destacou: “Acho que a prioridade hoje é retomar uma solução política e interromper o envio de armas usadas na luta em Gaza. A França não envia nenhuma.” Macron também acrescentou que “nossa prioridade agora é evitar uma escalada. O povo libanês não deve ser sacrificado; o Líbano não pode se tornar outra Gaza.”
Embora a França não seja um grande fornecedor de armas para Israel, enviou equipamentos militares no valor de 30 milhões de euros no ano passado, conforme o relatório anual de exportação de armas do Ministério da Defesa.
Os comentários de Macron coincidem com a visita de seu ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, que está em uma missão de quatro dias pelo Oriente Médio, com término programado para segunda-feira (7) em Israel. Essa viagem é parte dos esforços de Paris para revitalizar o diálogo diplomático na região.
Contexto do Conflito no Oriente Médio
A escalada atual no Oriente Médio foi acentuada pelo ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º, marcando uma nova fase no conflito. De um lado, está Israel, apoiado pelos Estados Unidos; do outro, o Eixo da Resistência, que conta com suporte financeiro e militar do Irã e envolve vários grupos paramilitares.
Atualmente, existem sete frentes de conflito ativas: a República Islâmica do Irã; o Hamas na Faixa de Gaza; o Hezbollah no Líbano; o governo da Síria e as milícias operantes no país; os Houthis no Iémen; grupos xiitas no Iraque; e diversas organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem tropas atuando em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza, além de realizar bombardeios aéreos nas outras quatro.
Desde o dia 30 de setembro, as Forças de Defesa de Israel iniciaram uma “operação terrestre limitada” no Líbano, após a morte do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um ataque ao quartel-general do grupo em Beirute. Israel afirma ter desmantelado quase toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios recentes. O dia 23 de setembro foi o mais letal para o Líbano desde 2006, resultando em mais de 500 mortes.
Dentre os afetados estão pelo menos dois adolescentes brasileiros, levando o Itamaraty a condenar a situação e solicitar o fim do conflito. O governo brasileiro também anunciou planos para repatriar cidadãos no Líbano diante da intensificação das hostilidades.
Na Cisjordânia, as forças israelenses buscam desmantelar grupos opostos à ocupação. Já em Gaza, a prioridade é eliminar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro, que resultou na morte de mais de 1.200 pessoas, segundo dados do governo israelense. O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza reporta que as operações israelenses já causaram a morte de mais de 40 mil palestinos. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, permanece oculto em túneis na Faixa de Gaza, onde dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas também estariam retidos.
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