Até o momento, foram confirmados quatro diagnósticos. Outros 24 pacientes estão aguardando os resultados dos exames.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou nesta quarta-feira (16) um novo caso de infecção por Candida auris, um superfungo, no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Com isso, o total de diagnósticos chegou a quatro.
De acordo com a secretaria, dois pacientes já receberam alta, enquanto um permanece hospitalizado. Um quarto paciente faleceu, mas a morte não está relacionada à infecção, pois ele já se encontrava em estado grave devido a uma lesão na coluna.
Ainda há 24 pessoas que aguardam os resultados dos exames.
O Candida auris é conhecido por sua alta transmissibilidade e pela capacidade de colonizar rapidamente a pele e o ambiente. Além disso, é altamente resistente a medicamentos, o que pode levar a consequências fatais.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), os leitos ocupados por pacientes infectados com o superfungo Candida auris estão mantidos em isolamento. O Hospital João XXIII também implementou diversas medidas de prevenção, incluindo a higienização das mãos, uso de luvas e aventais ao atender casos suspeitos e a realização de testes para detectar novas infecções.
Histórico do Candida auris
O Candida auris foi identificado pela primeira vez em 2009, no ouvido de uma paciente internada no Japão. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recebeu notificação sobre o possível primeiro caso positivo no Brasil em dezembro de 2020, em um paciente internado na Bahia, confirmado após análises laboratoriais. Desde então, o país tem registrado vários surtos da infecção.
Em um alerta emitido após o primeiro caso no Brasil, a Anvisa destacou que o Candida auris representa uma "séria ameaça à saúde pública" por várias razões:
- Resistência a antifúngicos: O fungo apresenta resistência a diversos medicamentos antifúngicos comuns, com algumas cepas sendo resistentes a todas as três principais classes de fármacos.
- Risco de infecções graves: Pode causar infecções na corrente sanguínea e outras infecções invasivas, sendo potencialmente fatal, especialmente em pacientes com comorbidades.
- Identificação laboratorial: A identificação desse fungo exige métodos laboratoriais específicos, uma vez que ele pode ser confundido com outras espécies de leveduras.
- Persistência ambiental: O Candida auris pode sobreviver por longos períodos em ambientes, variando de semanas a meses, e é resistente a diversos desinfetantes.
- Propensão a surtos: A dificuldade em identificar o fungo por métodos laboratoriais comuns e a eliminação do ambiente contaminado tornam-no propenso a causar surtos.
Essas características tornam o Candida auris uma preocupação significativa para a saúde pública.
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